Humano, demasiado humano
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B PRÓLOGO.
2 ‘defensor das piores coisas: e se elas forem as mais bem caluniadas?’ (1).3 ‘não acredito que alguém, alguma vez, tenha olhado o mundo com mais profunda suspeita, e não apenas como eventual advogado do Diabo, mas também, falando teologicamente, como inimigo e acusador de Deus’ (1).
4 ‘chamaram meus livros de uma escola da suspeita’ (1).
5 ‘este livro melancólico-brioso’ (2).
6 ‘em certos casos, como diz o provérbio, só se permanece filósofo mantendo o silêncio’ (8).
C DAS COISAS PRIMEIRAS E ÚLTIMAS.
7 A astrologia ‘acredita que o céu estrelado gira em torno do destino do homem; o homem moral pressupõe que aquilo que está essencialmente em seu coração deve ser também a essência e o coração das coisas’ (4).
8 ‘nas épocas de cultura tosca e primordial, o homem acreditava conhecer no sonho um segundo mundo real; eis a origem de toda metafÃsica’ (5).
9 A filosofia é uma apologia do conhecimento. Na filosofia a questão da utilidade do conhecimento é lançada automaticamente, e toda filosofia tem a intenção inconsciente de atribuir a ele a mais alta utilidade. Pois a importância do conhecimento para a vida deve parecer a maior possÃvel. A filosofia pretende dar à vida e à ação a maior profundidade e significação possÃvel. A ciência, por seu turno, procura conhecimento e nada mais, não importando o que dele resulte (6).
10 ‘A filosofia se divorciou da ciência ao indagar com qual conhecimento da vida e do mundo o homem vive mais feliz. Isso aconteceu nas escolas socráticas: tomando o ponto de vista da felicidade, pôs-se uma ligadura nas veias de investigação cientÃfica’ (7).
11 Pode existir um mundo metafÃsico. Mas com essa possibilidade ‘não se pode fazer absolutamente nada, muito menos permitir que felicidade, salvação e vida dependam dos fios de aranha de tal possibilidade. (...) Ainda que a existência de tal mundo estivesse bem provada, o conhecimento dele seria o mais insignificante dos conhecimentos: mais ainda do que deve ser, para o navegante em meio a um perigoso temporal, o conhecimento da análise quÃmica da água’ (9).
12 ‘com a religião, a arte e a moral não tocamos a ‘essência do mundo em si’; estamos no domÃnio da representação (...) (10).
13 Com a linguagem ‘o homem estabeleceu um mundo próprio ao lado do outro’. O criador das palavras não pensou dar às coisas denominações, imaginou, sim, exprimir com as palavras o supremo saber de todas as coisas. Daà que o homem passou a pensar ter realmente na linguagem o conhecimento do mundo. É um erro monstruoso (11).
14 ‘no sono e no sonho, repetimos a tarefa da humanidade primitiva’ (12).
15 ‘o sonho nos reconduz a estados longÃnquos da cultura humana e fornece um meio de compreende-los melhor’. ‘Também o poeta, o artista, atribui a seus estados e disposições causas que não são absolutamente as verdadeiras; nisso ele nos recorda uma humanidade antiga e pode nos ajudar a compreendê-la’ (13).
16 ‘a crença forte prova apenas a sua força, e não a verdade daquilo em que se crê’ (15).
17 ‘O homem jovem aprecia explicações metafÃsicas, porque elas lhe revelam, em coisas que ele achava desagradáveis ou desprezÃveis, algo bastante significativo; e se estiver descontente consigo mesmo, este sentimento se aliviará quando ele reconhecer o mais entranhado enigma ou miséria do mundo naquilo que tanto reprova em si. Sentir-se mais irresponsável e ao mesmo tempo achar as coisas mais interessantes — isso constitui, para ele, o duplo benefÃcio que deve à metafÃsica’ (17).
18 ‘Na base de toda crença está a sensação do agradável ou do doloroso em referência ao sujeito que sente’. ‘A nós, seres orgânicos, nada interessa originariamente numa coisa, exceto sua relação conosco no tocante ao prazer e à dor’. ‘A crença na liberdade da vontade é erro original de todo ser orgânico’. A metafÃsica: ‘podemos designa-la como a ciência que trata dos erros fundamentais do homem, mas como se fossem verdades fundamentais’ (18).
19 ‘o intelecto não cria suas leis a partir da natureza, mas as prescreve a ela’ (Kant) (19).
Nietzsche
19/04/2013 09:51
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